A gigante do streaming Netflix foi multada pelo Procon do Ministério Público de Minas Gerais em 11 milhões de reais. A sanção administrativa foi divulgada pelo órgão na última sexta-feira (12). De acordo com o Procon, há cláusulas abusivas no contrato de prestação de serviços e nos termos de privacidade.
Entre as irregularidades, estão:
- Publicidade enganosa;
- Falta de informação adequada;
- Exigir do consumidor vantagem excessiva.
De acordo com o Procon, uma das cláusulas abusivas e ilegais é a que exime a Netflix de responsabilidade em relação ao consumidor, o que contraria o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
Além disso, a decisão cita ainda os termos contratuais abusivos relativos à privacidade, que preveem a divulgação ilimitada dos dados do consumidor sem o consentimento dele.
Audiência
Segundo o Procon-MG, em 2023 já havia sido realizada uma audiência com a empresa para discutir cláusulas contratuais e termos de privacidade. Como forma de solucionar o caso, foi proposto um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas a Netflix não aceitou o acordo.
Em maio de 2023, conforme a decisão administrativa, a Netflix anunciou aos assinantes a cobrança de taxa por ponto adicional, alegando que seus serviços são de uso pessoal e intransferível, destinados apenas ao assinante e as pessoas que residem com ele, sendo devido, o pagamento por ponto extra, fora da residência principal.
No entanto, segundo a decisão administrativa, uma pessoa pode ter múltiplas residências, e seu domicílio pode ser considerado em qualquer uma delas, nos termos do Código Civil.
Segundo o promotor de Justiça Fernando Abreu, do MPMG, “se um serviço de streaming de música, por exemplo, utilizasse o mesmo modelo adotado pela Netflix, não se poderia sequer escutar música enquanto dirige. Logo, o novo sistema de cobrança utilizado contraria a própria publicidade dela, que preconiza: ‘Assista onde quiser’”.
Fonte: Itatiaia