Uma palavra tem tomado os noticiários do país, nas últimas semanas: o metanol. O mais recente boletim do Ministério da Saúde registrou um total de 217 notificações de possível intoxicação por metanol relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas no país. Desses casos, 17 foram confirmados e 200 ainda estão em análise.
O estado de São Paulo concentra a maior parte das ocorrências, correspondendo a 82,49% do total — com 15 confirmações e 164 investigações em andamento. Já o Paraná contabiliza dois casos confirmados e quatro em apuração.
Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) confirmou a ocorrência de dois casos suspeitos de intoxicação por metanol, após ingestão de bebidas alcoólicas. Além de Minas, há registros sob investigação em outras 11 unidades da federação: Acre (1), Ceará (3), Espírito Santo (1), Goiás (3), Mato Grosso do Sul (5), Paraíba (1), Pernambuco (10), Piauí (3), Rio de Janeiro (1), Rondônia (1) e Rio Grande do Sul (2).
Mas, afinal, o que é metanol? E por que a sua ingestão pode ser fatal?
Em entrevista concedida à Rádio Clube 98, a professora de química, do IFTM Campus Patos de Minas, Luciane Melo, explicou que o composto orgânico metanol é um tipo de álcool e é extremamente tóxico para o organismo humano:
“Após ser ingerido, o metanol será metabolizado pelo fígado e se transformará em metanal, popularmente conhecido como formol. Após esse processo, o formol será novamente metabolizado por outra enzima e se transformará em ácido fórmico, que, por fim, irá acidificar toda a corrente sanguínea, trazendo vários malefícios à saúde.” Destacou a professora.
No que diz respeito aos óbitos, o Ministério da Saúde informou que duas mortes foram confirmadas em São Paulo, enquanto 12 permanecem sob investigação — sendo um caso no Mato Grosso do Sul, três em Pernambuco, seis em São Paulo, um na Paraíba e um no Ceará.
Em Brasília, o governo anunciou um conjunto de ações voltadas ao combate à intoxicação por metanol. As equipes de vigilância sanitária e epidemiológica atuam na identificação das rotas de comercialização de bebidas adulteradas e na capacitação de profissionais de saúde para garantir um atendimento ágil aos casos suspeitos.
Durante coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, detalhou as novas medidas de enfrentamento. Entre elas estão o reforço da fiscalização de bebidas alcoólicas, o monitoramento conjunto com o Ministério da Justiça e a expansão das campanhas de alerta direcionadas à população.
Confira a entrevista completa com a professora de química, Luciane Melo: