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Médica veterinária explica a relação entre “varíola dos macacos” e o animal associado à doença, que tem sofrido ataques

Enfermidade não é transmitida pelo primata; transmissão principal está ocorrendo entre humanos

A “varíola dos macacos” não é uma doença recente. Porém, o surto internacional da enfermidade, que começou em maio deste ano, voltou os olhares do mundo para ela. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a enfermidade configura emergência de saúde pública de interesse internacional. No entanto, a preocupação não é exclusiva dessa varíola entre humanos.

Dentre outras informações distorcidas, o nome pelo qual a doença é conhecida, “varíola dos macacos”, tem provocado caça e maus-tratos aos primatas que foram associados a ela. Dr. Mariana Assunção, médica veterinária e professora de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), conversou com o jornalismo do Clube Notícia para explicar qual é a verdadeira relação entre a enfermidade e os macacos.

O vírus causador dessa varíola (monkeypox) foi descoberto, pela primeira vez, em macacos da Dinamarca na década de 50 e, por isso, os primatas foram associados ao que viria, mais tarde, ser chamada de “varíola dos macacos”. Porém, Mariana explica que esses animais não são transmissores do monkeypox e que os verdadeiros “reservatórios do vírus são pequenos roedores que habitam florestas tropicais da África Ocidental e Central”.

Mariana destaca ainda que não é adequado chamar a doença de varíola dos macacos e que vários cientistas sugerem o nome “nova varíola”. Isso “justamente porque ela não reflete o vírus, a população em que circula nem seu reservatório”, afirma a médica veterinária.

Ela também fala sobre os casos de apedrejamento, perseguição e envenenamento de macacos devido ao medo da varíola. “É uma injustiça muito grande o que está acontecendo. Infelizmente, no Brasil e em outros locais do mundo, a gente tem visto esse ataque a macacos, mas é algo que não deve acontecer, porque eles não estão participando do ciclo de transmissão da doença”, ressalta. Além disso, não nenhum registro do vírus em espécies de primatas brasileiros.

É importante ressaltar que praticar atos de abuso, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos, domesticados, nativos ou exóticos é crime, previsto pela Lei n° 9.605/1998. A pena é reclusão de três meses a um ano, com multa, que é aumentada de um sexto a um terço se ocorrer a morte do animal.

Para registrar uma queixa de abandono ou maus-tratos de animais é só entrar em contato pelo número 181, não sendo necessário se identificar; ou pelo telefone 0800 61 8080, da central de denúncias do IBAMA.

Confira a entrevista na íntegra:

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