Neste dia 07 de abril, Dia Mundial da Saúde, o Conselho Municipal de Saúde realizou a I Conferência de Saúde Mental de Patos de Minas. O evento teve como tema “A Saúde Mental como Direito: pela Defesa do Cuidado em Liberdade, Rumo a Avanços e Garantia de Cuidado Psicossocial no SUS”. De acordo com a presidente do Conselho Municipal de Saúde de Patos de Minas, Geralda de Fátima Gomes, o encontro pode ser considerado histórico. “Como a realização de conferências sobre saúde mental pelos municípios são facultativas e esse assunto sofre com diversos tabus, essa foi a primeira vez que conseguimos reunir a sociedade civil e o poder público em torno de um tema tão relevante”, afirma Fátima.
O ineditismo e a importância do evento foram confirmados pela audiência de mais de 200 pessoas que acompanharam, no Bloco N da Unipam, um dia inteiro de exposições, debates e deliberações. Presente na abertura, o prefeito da cidade, Luís Eduardo Falcão, afirmou que o encontro é uma ferramenta fundamental para que o poder público ouça as demandas da população e possa direcionar esforços para as prioridades apontadas. A Secretária de Saúde do município, Ana Carolina Magalhães Caixeta, por sua vez, celebrou a iniciativa de uma reunião para refletir sobre um tema tão contemporâneo. “Especialmente em um momento em que lidamos com os efeitos físicos e psicológicos de uma pandemia, esse assunto, mais do que significativo, se torna urgente”, pontuou Ana Carolina.
Dividido em dois momentos, um expositivo e um deliberativo, a conferência teve início às 08h00 da manhã com as solenidades de abertura. Na sequência, a psicóloga e supervisora clínica no CAPS AD III de Patos de Minas, Camila Alvarenga, foi a primeira a falar, abordando o tema geral do evento. Profissionais multidisciplinares contribuíram para o debate, oferecendo visões diversas sobre saúde-mental. O jornalista Frederico Franz trouxe a história da loucura na cidade mineira de Barbacena, onde mais de 60 mil pessoas morreram dentro das instituições psiquiátricas locais. A juíza Solange Reimberg, promoveu a reflexão a respeito do encarceramento da população dependente de álcool e outras drogas, propondo novos caminhos e provocando a plateia na busca por soluções.
Fechando a manhã expositiva, o promotor de justiça Rodrigo Taufick ministrou palestra sobre “O Papel do Ministério Público na Defesa da Saúde Mental” e a psicóloga social Regina Cardoso propôs uma análise ampla sobre a rede de apoio a pessoas com deficiência, sugerindo uma abordagem onde a diversidade e a saúde mental são agentes da conquista da liberdade. No período da tarde, após intervalo, os debates continuaram com uma mesa redonda composta pela enfermeira e mestre em Promoção da Saúde, Maria Lúcia Nogueira, o especialista em Políticas e Gestão de Saúde, Gilberto de Melo Dumont, o defensor público Mateus Avelar e o médico especialista em psiquiatria e enfermeiro Everton da Silva.
A parte final da reunião foi dedicada às discussões em grupos, para as quais os participantes foram divididos em quatro eixos temáticos. Em cada um dos grupos, guiados por facilitadores responsáveis pelo evento, os participantes fizeram propostas que, na sequência, foram levadas à votação para então serem apreciadas pela prefeitura. A presidente do Conselho Municipal de Saúde, Fátima, avaliou o encontro como um sucesso. “Estamos muito satisfeitos com os resultados porque tivemos ampla participação dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), dos profissionais e servidores da Saúde Mental do município e de diversos atores que fazem parte da rede de atenção psicossocial. Todos em busca de propostas e soluções para um atendimento e tratamento humanizado, em liberdade e gratuito”, celebra ela.
Fonte e Fotos: Conselho Municipal de Saúde