Nesta segunda-feira (31/07), a Polícia Militar foi acionada através de uma denúncia anônima, que teria salvo um homem, de 29 anos. O solicitante alertou sobre gritos de socorro vindos da Rua Lindolfo Pereira Guimarães, no bairro Santa Terezinha, na cidade de Patrocínio.
Ao chegarem à casa onde estava o cativeiro, os policiais ouviram gritos de uma mulher ordenando que segurassem o homem. Diante da evidente situação de perigo, os policiais invadiram a residência e se depararam com a vitima amarrada pelos braços e pernas, com cordas e fios também ao redor do pescoço, além de apresentar múltiplos hematomas e cortes no rosto. O local abrigava cerca de treze pessoas, incluindo sete homens, seis mulheres e algumas crianças.
A vítima estava prestes a ser submetida a um “tribunal do crime”, uma organização criminosa que o acusava de não revelar o paradeiro de um homem desaparecido.
De acordo com informações da polícia, a vítima, possivelmente um usuário de drogas com conexões no tráfico, foi encontrada desacordada em uma residência. Os policiais acionaram imediatamente o serviço de resgate, que prestou os primeiros socorros e encaminhou o homem em estado grave para o
Hospital Santa Casa de Patrocínio, onde está sob escolta policial.
A polícia apreendeu cordas e fios na cena do crime, que provavelmente seria utilizado no tribunal do crime conduzido pela organização criminosa. A ocorrência ainda está em andamento e pode esclarecer a real motivação das torturas.
Segundo relatos, as agressões ocorreram porque a vítima foi vista na companhia de um homem que estava desaparecido desde o domingo à tarde. A polícia informou que o homem desaparecido era conhecido por envolvimento com o tráfico de drogas.
Em depoimento, a vítima relatou que acreditava que seria morto. Ele mencionou que permaneceu no cativeiro sem alimentação ou descanso, sendo constantemente vigiado pelos agressores e agredido por diversas vezes, onde foi questionado sobre o paradeiro de um homem desaparecido, sendo ameaçado.
Treze envolvidos foram detidos e receberam voz de prisão pelos crimes de tortura, cárcere privado e participação em organização criminosa.
Foi feito o acionamento do Conselho Tutelar, para que eles tomassem as devidas providências em relação às crianças que estavam no local.