Às 7h desta segunda-feira (02/10), os funcionários do SAMU Municipal encerraram as atividades em Patos de Minas, repassando o trabalho para o serviço regional. Foram várias tentativas, em diversas reuniões, para que os servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) municipal fossem incorporados ao serviço regional, o SAMU Noroeste.
O ex-condutor do serviço municipal Paulo Ferreira participou do programa Radar, na manhã desta segunda-feira (03/10), para demonstrar o sentimento de insatisfação dos funcionários em relação a saída dos servidores do SAMU.
O profissional, que tem 14 anos de experiência no trabalho, reforça que reconhece a importância do SAMU Regional e que a luta é pela incorporação dos servidores ao serviço e não contra a regionalização.
Durante a conversa, Paulo foi enfático em dizer que a vontade política do chefe do executivo prevaleceu em relação ao respeito que deveria ser empenhado aos servidores que deixaram o serviço.
O condutor contou que os servidores possuem enorme carinho pelo trabalho e se dedicaram muito para salvar vidas durante todos esses anos. E, além disso, a experiência adquirida ao longo do tempo por eles seria muito importante para o serviço regionalizado.
Paulo Ferreira alegou, durante a entrevista, que recebeu informações indicando que pode ser perseguido por estar “tomando a frente desta luta”.
“Em algumas administrações, porque os servidores preferem ficar calados? É devido a isso. Porque vão sofrer represálias, vão ser colocados em locais ruins de trabalho. Mas ele se deram mal comigo, porque onde me colocarem, eu sirvo à população de Patos. Eu não sirvo prefeito e secretária. Eu devo respeito e obediência legal a eles, naquilo que está dentro da legalidade. Mas eu sirvo é à população de Patos de Minas. O meu trabalho e dos colegas do SAMU não vai parar, independentemente de onde nos colocar. Eu vou trabalhar com o maior carinho para a população de Patos de Minas”, declarou.
O funcionário alegou ainda que uma funcionária da administração municipal já o teria tratado com deboche após ele demonstrar tristeza por deixar o SAMU.
“Eu fico muito triste porque, eu acho que foi na quinta-feira, eu recebi a presença de quem eu creio que será a minha nova chefe no departamento que eu vou. Eu fui conversar com ela e ela zombou da minha cara mesmo, começou a rir, inclusive estou falando isso aqui porque eu tenho testemunhas”, afirmou.
Segundo Paulo, a luta agora deverá ser judicializada por parte dos servidores, buscando a resolução do problema.
“Acredito que agora não tem mais conversa. Ele mandou a gente terá que cumprir. O coronel manda e você cumpre. Então a gente vai cumprir essa ordem do prefeito e vamos, sim, na justiça. Se a justiça entender que nós não temos direito, nós vamos estar trabalhando normalmente”, declarou.
O condutor também reivindica que a administração municipal apresente a lei em a que decisão foi amparada. Paulo Ferreira relata que o pedido dessa informação já foi realizado tanto em reuniões como também formalizado no Aprova Digital.
“Se é algo legal, que eles estão estudando há bastante tempo, e eu chego na imprensa e falo que foi através de questões jurídicas, eu tenho que apresentar qual questão jurídica é essa. Eu tenho que apresentar o que a lei fala”, reivindicou o profissional.
Acompanhe a entrevista na íntegra: