A declaração de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) em relação à mpox acende um importante alerta também em Minas Gerais, conforme especialista. Somente nos oito primeiros meses deste ano, o Estado registrou quase o mesmo número de casos confirmados do que os contabilizados em todo o ano de 2023. Foram 49 até agosto de 2024, apenas um a menos do que o verificado no ano passado, quando houve também uma morte. Conforme a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), 44 casos estão concentrados na capital mineira.
Conforme o infectologista Leandro Curi, a situação pode ser mais preocupante do que em 2022, quando a doença também figurou como emergência global, já que a linhagem atual do vírus é mais letal e pode chegar ao Brasil. A reportagem questionou o Governo de Minas Gerais sobre as ações que estão sendo feitas para combater a propagação da enfermidade, mas não obteve retorno. No entanto, é fundamental que elas existam, segundo o especialista.
“Houve algumas mudanças no vírus. O clado de 2022 era o 2, e o atual, que está preocupando, é o 1, mais mortal. É necessário que haja ações tanto municipais quanto estaduais no sentido de educar a população sobre a doença e a importância da prevenção. A nível estadual, a vigilância em aeroportos seria importante também. Quanto a ações nacionais, pode-se citar a vacinação contra a enfermidade”, diz ele.
Na última quinta-feira (15), o Ministério da Saúde anunciou que está negociando a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a mpox com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A pasta também afirma que a imunização prioriza as pessoas com maior risco de evolução da doença, como aquelas que vivem com HIV/aids, profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus e pacientes que tiveram contato direto com pessoas suspeitas ou confirmadas para a doença.
Contaminação
Conforme Leandro Curi, a contaminação da mpox se dá por meio de um contato mais próximo entre as pessoas. Com isso a doença pode ser transmitida durante relações sexuais, por exemplo. Mas o contato com as lesões de outro indivíduo ou com as secreções dessas lesões também acende um alerta. Se alguma superfície foi contaminada, ela pode significar um risco para as pessoas. Por isso, o compartilhamento de roupas, toalhas, entre outros, não é recomendado.
“O contágio mais comum é de pessoa para pessoa diretamente. Por isso, é necessário estar atento aos parceiros sexuais, além de utilizar preservativo. A doença é mais transmissível quando a lesão está úmida, mas enquanto ela estiver aberta, ainda há o contágio”, explica o médico.
Formas de prevenção
- Evite contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença;
- Em caso de necessidade de contato (como cuidadores ou profissionais da saúde), usar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção;
- Não compartilhar objetos de uso pessoal até o término da transmissão;
- Lavar regularmente as mãos com água e sabão;
- Lave as roupas de cama, roupas, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa com água morna e detergente.
Fonte: O Tempo