O Ministério dos Transportes estabeleceu, em portaria, que as praças de pedágios das rodovias federais deverão, a partir de junho deste ano, oferecer opções de pagamento em Pix e cartões de débito e crédito.
Contudo, a avaliação interna das concessionárias é de que os desafios técnicos, principalmente para o Pix, farão com que a diretriz do governo tenha efeito limitado, sem qualquer perspectiva de prazo para que se torne realidade.
A portaria, divulgada em 8 de março, prevê que o detalhamento das regras será feito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que deverá, por exemplo, definir o número mínimo de cabines a serem equipadas para o Pix em cada praça.
Internet
O primeiro desafio citado pelas concessionárias — e o de maior peso técnico — é a conexão com redes de internet e telefonia. Em parte das praças situadas na zona rural, o sinal é limitado ou inexistente. Para o pagamento com cartões, o problema pode ser superado a partir de redes de internet cabeada que alcançam as cabines. Já o Pix demanda que também o motorista esteja conectado à internet.
“A realidade tenderá a se impor. Uma das possibilidades é de que a ANTT limite a obrigação do Pix para as praças que já têm sinal de telefonia”, diz um membro do setor. Outra alternativa, avalia, é a de que a agência reguladora estabeleça períodos de testes de funcionamento do Pix em algumas das praças e, só após um período determinado, com dados de impacto, amplie para as demais.
Alternativas
Para os representantes das concessionárias, o melhor caminho para avançar com o pagamento automático seria por meio das tags. O serviço é oferecido por empresas sem ligação direta com as concessionárias, mas que estabelecem parcerias com as mesmas.
Para utilizar, o motorista deve comprar um adesivo de QR Code, que custa o preço da recarga escolhida. O adesivo é colocado no para-brisa e se torna permanente para ser reconhecido automaticamente nas cabines. Há opções de planos mensais que podem tornar o valor do pedágio mais barato.