Após enorme pressão popular, o prefeito de Patos de Minas voltou atrás em seu posicionamento de não interferir nas decisões da Câmara, e vetou o projeto de lei nº 5460/2022, que concede revisão geral anual ao subsídio de vereador.
Uma grande movimentação popular, que há muito tempo não era vista na Capital do Milho foi realizada na cidade liderada pelo grupo “Orgulho em ser Patense” que realizou manifestações, protocolou carta denúncia no Ministério Público, participou de reuniões com o presidente da Câmara Municipal e com o prefeito Luís Eduardo Falcão, e está recolhendo assinaturas para um abaixo-assinado. O grupo sempre cobrou que o prefeito vetasse o projeto.
Nesta sexta-feira (06/5), o comentarista do Sistema Clube, Professor Braz Paulo, falou sobre a repercussão popular em torno ao assunto.
“Muita gente foi pega de surpresa, teve gente que riu, que zombou, quando a gente falava, vamos subir a hashtag #VetaFalcão e vamos pedir ao prefeito que não permita que esse aumento na Câmara Municipal aconteça, e foi isso que aconteceu, nos 47 minutos do segundo tempo, no último dia, no apagar das luzes, o prefeito vetou. Isso é uma grande vitória popular, a opinião pública foi implacável,” afirmou o comunicador.
O comentarista também analisou brevemente a situação embaraçosa enfrentada por Luís Eduardo Falcão, que precisou tomar uma posição entre aquilo que os vereadores já haviam votado e aprovado e aquilo que o povo suplicava nas ruas de Patos de Minas.
“O prefeito ficou em uma situação muito incômoda, porque? é uma Câmara Municipal que não tem ninguém de oposição ao governo, e na realidade isso não faz bem nem para o prefeito, é preciso ter alguma oposição, é preciso sempre ter algum embate, porque isso é papel do vereador,” explicou Braz Paulo.
Questionado sobre as possibilidades existentes em relação as possíveis movimentações da Câmara Municipal após o veto, o professor e comunicador afirmou que o cenário que está sendo mais apontado em conversas pelas ruas de Patos de Minas é sobre a possibilidade de retaliação, porém ele afirma considerar pouco provável.
“O que é retaliação? é passar a segurar mais projetos da Prefeitura, é começar a fazer talvez mais movimentos de contraponto a figura do prefeito, é criar um ambiente de menos facilidade ao executivo. O que eu acho, vai acontecer? Eu acho muito difícil, a não ser que a Câmara passe a atuar um pouco mais unida. Lembrando que a origem de tudo isso nasceu no executivo, por incrível que pareça, quando houve a recomposição dos salários dos secretários ascendeu um sinal amarelo para muitos vereadores, muitos não concordavam que o secretariado tivesse um salário maior ou igual ao do legislativo,” contextualizou.
Neste mesmo sentindo o comunicador também contou que existe algumas conversas na cidade apontando a possibilidade da Câmara sustar o decreto do aumento dos secretários.
“Se fizer isso, é quase uma declaração de guerra, porém nesse momento com tanto desgaste e com a população olhando de lado, quando os vereadores chegam nos lugares, alguns parlamentares já não tem nada a perder. Os desdobramentos veremos nos próximos dias, a próxima reunião da Câmara, será uma reunião histórica,” finalizou.
Confira a entrevista na íntegra: