Para marcar o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste domingo (02/04), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) reforça a importância do diagnóstico e do tratamento precoces como fatores que podem reduzir consideravelmente as dificuldades que o indivíduo possa vir a enfrentar ao longo da vida.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode estar presente desde o nascimento ou o começo da infância.
“Ele é caracterizado, sobretudo, por déficits sociocomunitativos que incluem a comunicação verbal, não verbal, estereotipias, interesses restritos, dentre outros”, explica Thaís Oliveira, terapeuta ocupacional e referência técnica da Coordenação de Atenção à Pessoa com Deficiência (CASPD) da SES-MG.
De acordo com Thaís, é fundamental compreender a importância do diagnóstico precoce e, para isso, os pais e profissionais que acompanham as crianças devem estar atentos a alguns sinais de alerta relacionados à interação social, linguagem e alimentação.
É importante ainda avaliar alguns indicadores comportamentais, tais como: evitar contato visual ou não responder ao ser chamado pelo nome; não responder ao sorriso ou outras expressões faciais dos pais; apresentar falta de autonomia ou repetição na fala; ignorar os sons de fala e emitir gritos aleatórios; resistência à introdução de novos alimentos na dieta; e movimentos motores estereotipados.
“O diagnóstico é complexo e envolve uma avaliação multiprofissional para que a condução clínica seja realizada de forma assertiva e em tempo oportuno”, afirma a terapeuta.
No Sistema Único de Saúde (SUS), o cuidado às pessoas com diagnóstico de autismo é transversal e perpassa vários serviços da Redes de Atenção à Saúde, visto que a avaliação requer cuidados específicos. Além disso, Minas Gerais possui o Programa de Intervenção Precoce Avançada (Pipa), que tem por objetivo a estimulação precoce dos neonatos e crianças que possuem algum risco para desenvolvimento de deficiência intelectual.
O tratamento é individualizado de acordo com o espectro apresentado por cada indivíduo. Alguns dos objetivos do tratamento em crianças são: minimizar déficits na comunicação e interação; aumentar a independência; e prevenir comportamentos repetitivos e restritos.
“A prescrição medicamentosa depende dos sintomas apresentados e da necessidade clínica avaliada pela equipe multiprofissional, sendo que não há medicação específica”, comenta Thaís Oliveira.
Além das intervenções e tratamentos adequados, a falta de informação é outro aspecto que deve ser enfrentado para o tratamento eficaz de pessoas com TEA.
“É de grande importância que a sociedade seja sensibilizada e tenha conhecimento adequado para que assim seja possível garantir a autonomia, o protagonismo e a inclusão social de todos os cidadãos mineiros independente de um diagnóstico”, ressalta a referência técnica.
Mais Informação, menos preconceito
Em Patos de Minas, com o tema “Mais informação, menos preconceito”, a APAE realizou uma ação de mobilização acerca do Transtorno do Espectro do Autismo. Foram desenvolvidas diversas atividades no Estádio Zama Maciel (URT), incluindo fanfarra, dança, teatro e muito mais.
Confira a entrevista:










