Em Patos de Minas, entre janeiro e setembro de 2025, foram registradas 2.255 ocorrências de extravasamento ou refluxo de esgoto. Desse total, 2.030 casos — o equivalente a 90% — tiveram origem no uso inadequado das redes coletoras. Ao longo de 2024, foram realizadas 3.392 manutenções nesses sistemas, evidenciando o esforço contínuo para manter o funcionamento adequado do esgotamento sanitário no município.
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da cidade, que recebe efluentes de 66.022 ligações distribuídas em 749 quilômetros de redes coletoras, enfrenta outro desafio: o descarte irregular de objetos sólidos. Mais de uma tonelada de resíduos é retirada mensalmente do sistema, entre areia, plástico, madeira, entulho, brinquedos, partes de móveis, ferro, alumínio, animais mortos e outros materiais indevidos.
Essas práticas provocam uma série de consequências. O mau uso das redes pode gerar vazamentos em vias públicas, refluxo do esgoto para o interior dos imóveis, rompimento das tubulações, danos em estações elevatórias e até o transbordamento do esgoto em córregos e rios. Em alguns casos, há até o deslocamento das tampas dos PVs (poços de visita), estruturas que servem de acesso às redes subterrâneas, representando risco de acidentes.
Segundo Renato Carvalho, gerente de Tratamento de Esgoto Centro-Oeste, pequenas atitudes podem gerar grandes impactos. Ele explica que “quando alguém descarta papel higiênico no vaso, pode acabar sofrendo com o retorno do esgoto em casa ou provocar refluxo na residência do vizinho, especialmente se estiver em um nível mais baixo da rua. Por isso, a conscientização é essencial”.
O gerente regional da Copasa, Saulo Bernardes, reforça que o trabalho da Companhia vai além das ações corretivas. “A Copasa realiza manutenções preventivas para higienização das redes, mas a colaboração da população é fundamental para evitar novos extravasamentos”, ressaltou.
A empresa atua em 637 municípios mineiros, incluindo Patos de Minas, buscando garantir saúde pública e bem-estar por meio dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Mesmo assim, o número de ocorrências mostra a importância de uma utilização consciente das redes coletoras, que não devem receber lixo nem água da chuva.
A destinação correta dos resíduos é fundamental: a água da chuva deve ser encaminhada às redes de drenagem pluvial, conhecidas como bueiros ou bocas de lobo, enquanto o lixo doméstico precisa ser colocado nas lixeiras, para que o serviço municipal de coleta possa recolhê-lo e encaminhá-lo a locais apropriados.
Fonte e Foto: Copasa
Veja a entrevista com Amanda Alencar, Engenheira de Operação da Copasa Patos de Minas
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