O caminhoneiro Gustavo Miranda, filho da empresária Keila Cristina Miranda, que foi assassinada pelo ex-marido no Bairro Sebastião Amorim, quebrou o silêncio e falou da situação que a família passava com o pai dele, Ronan Custódio Miranda, de 47 anos.
Segundo Gustavo, realmente a mãe dele teria saído mesmo de um cativeiro. Nem ela e nem os filhos gostavam de ficar dentro de casa, pois Ronan era “Sem educação” e xingava bastante a mãe dele.
Ainda de acordo com Gustavo, o pai dele chegou a agredir o pai de Keila e a quebrar o braço da filha mais nova, de sete anos. O filho disse ainda que o pai era agressivo desde quando ele era pequeno
O filho estava viajando a trabalho quando recebeu a notícia do crime. A 800 quilômetros de distância, ele conta a mãe dele estava bastante feliz e estava construindo uma nova vida, porém sempre temia pela vida dela e dos filhos. No dia do crime, antes da viagem, ela teria se despedido de forma diferente:
Emocionado, Gustavo contou que Keila “pedia a Deus” para que Ronan não faça nada com os filhos dela e que se fizer, que faça com ela. O filho alega que o pai dele foi covarde. Ele conta que o Ronan esperou que Gustavo viajar 800 quilômetros para matar Keila.
Gustavo afirma que Ronan nunca foi um pai de verdade, para pegar na mão e ensinar. Ele conta que o patrão dele, o empresário Henrique Marcos “Bocão”, foi quem o apoiou sempre e que o considera como um pai. O jovem de 21 anos, que é caminhoneiro na empresa de Bocão, agradece o apoio e o carinho recebido pelo empresário. Por fim, Gustavo encerrou a entrevista falando que, se pudesse voltar atrás, teria denunciado o pai para a polícia.
O empresário também falou com nossa equipe. Ele conta que conhece Gustavo desde os 13 anos de idade e que ele não contava muito sobre o que acontecia dentro de casa.
Bocão também contou como foi a reação de Gustavo ao receber a notícia do crime. Ele levantou a possibilidade de Gustavo voltar de avião ou retornar com ele no caminhão, porém o jovem preferiu retornar com o grupo que estava. Eles voltaram em dois caminhões para que Gustavo conseguisse voltar para casa.
O advogado de assistência de acusação convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (12/05) para falar sobre o caso. O advogado Alexandre Gonçalves Netto foi contratado pela família como assistente de acusação. Ele agradeceu o apoio que a Gustavo e os familiares estão tendo.
Alexandre elogiou o trabalho conduzido pela Polícia Civil, sob o comando da delegada responsável pelo caso, Tatiane Carvalho. O advogado afirma ainda que Ronan é uma pessoa extremamente perigoso e violento.
O advogado disse também que algumas coisas não foram esclarecidas, pois muitas pessoas chegaram a pensar que Keila Cristina estava doente, devido aos pedidos de sangue que a família divulgava nas redes sociais.
Segundo o advogado, consta no boletim de ocorrência que, durante as buscas ao suspeito, os policiais entraram em contato com a irmã dele e o tio. Ambos disseram que Ronan era bastante violenta e a irmã disse ainda que teria sido agredida por ele.
O advogado disse ainda que Ronan teria planejado todo o crime e foi calculista. Ele teria vendido o carro e uma moto, o que indica que teria já se preparado para contratar uma defesa.
Alexandre acredita que Ronan deve responder pelo crime de Feminicídio, pelo estupro de Keila, por duas ameaças, sendo contra ela e contra os filhos, pela tentativa de homicídio contra a sócia da vítima e pelo furto da motocicleta, que pertence ao pai da vítima, e pelo furto de 250 reais que estavam no caixa da loja.
Fonte: Igor Nunes
Foto e vídeos: Luís César
