Um trabalho desenvolvido pela Emater-MG em vários municípios produtores de café de Minas Gerais está contribuindo para que embalagens vazias de agrotóxicos tenham um destino adequado. Estas embalagens, se não tiverem tratamento correto após o uso do produto, podem contaminar o solo e dos cursos d’água, além de colocar em risco a saúde do agricultor e sua família.
Desde 2021, a empresa participa do Projeto Campo Limpo, uma ação coordenada pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV). Os técnicos da Emater-MG são responsáveis pela mobilização dos produtores, definição da logística e acompanhamento das devoluções das embalagens nas comunidades rurais, em dias previamente estabelecidos. Somente na unidade regional de Guaxupé, no Sudoeste de Minas, 11 municípios estão envolvidos no projeto. As ações de recolhimento são feitas uma ou duas vezes, anualmente, em cada município participante.
A participação da Emater-MG faz parte também do Programa Certifica Minas Café, do governo estadual. Trata-se do maior programa público de certificação de propriedades cafeeiras no país. “A comprovação da entrega das embalagens garante pontuação ao produtor interessado em obter ou renovar a certificação”, explica o coordenador regional da Emater-MG, Marcelo Bonfim. Além disso, pelo Certifica Minas Café, o produtor é orientado a utilizar e manusear estes defensivos de forma racional, com segurança, evitando seu uso indiscriminado.
Apesar de boa parte das embalagens recolhidas serem de defensivos usados em lavouras de café, os produtores de outras culturas também participam do Projeto Campo Limpo. A devolução das embalagens, por lei, é dever do agricultor que adquiriu o produto. Ela deve ser levada ao posto de coleta indicado, após passar pela tríplice lavagem, ser furada e ter a tampa removida.
Logística de devolução
O técnico da Emater-MG Geraldo José Rodrigues atua no programa Certifica Minas Café e nas ações de recolhimento de embalagens e explica que os agricultores levam as embalagens vazias até os pontos indicados e deixam o material em uma área forrada com lona. “Cada produtor fica com um recibo que comprova a devolução da embalagem. Esta devolução é chamada de logística reversa, uma obrigação de quem compra os defensivos”, explica Geraldo Rodrigues. Ele conta que, em seguida, ou InpEV ou a Associação de Preservação Ambiental de Minas Gerais (Apamig) busca todas as embalagens que foram entregues e encaminham para um local, onde terão o tratamento adequado.
O extensionista da Emater-MG conta que além dos produtores, o trabalho de mobilização envolve as lideranças municipais e revendas de produtos agropecuários. “Fazemos todo o trabalho de mobilização, geralmente por grupos de WhatsApp, informando as datas de entrega. Também selecionamos as propriedades que serão ponto de coleta e fazemos a contagem das embalagens recebidas. Já os produtores, ganham um recibo emitido pelo InpEV e pela Apamig”.
Fonte e foto: Ascom/Emater-MG