“Com a variante ômicron, o número de transplantes realizados e de órgãos captados em Minas Gerais caiu ainda mais. Em janeiro deste ano, foram nove doadores”. A constatação do diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, revela uma queda de mais de 50% no número de doadores, comparado a dezembro do ano passado, quando foram registrados 20 doadores.
A situação é crítica, pois o MG Transplantes já se encontrava, desde 2020, num contexto de redução superior a 30% da quantidade de transplantes realizados e de quase 50% das doações, em razão da pandemia de covid-19.
Grandiosidade
O último levantamento, de 2 de fevereiro, aponta que há 5.634 pessoas nesta fila.
Para entender a circunstância em que ocorre a decisão de doar, é preciso ter claro que os familiares do possível doador se veem diante da necessidade de deixar em segundo plano a dor da perda para agir baseados na solidariedade e, assim, contribuir para a manutenção da vida de pessoas que nunca viram e com as quais jamais terão contato. Daí a grandiosidade da decisão.
Obstáculos
De acordo com Márcio Antonio Resende, enfermeiro intensivista e presidente da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) de uma unidade hospitalar da Rede Fhemig, entre os motivos para a recusa da doação estão a dificuldade de aceitação da morte do paciente, o desconhecimento sobre a decisão do falecido, o tempo para liberação do corpo, a falsa ideia de que a integridade corporal do parente morto será comprometida e a falta de consenso familiar.
A expectativa do diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, é de que as doações e os transplantes de órgãos e tecidos retomem, pelo menos, os patamares observados antes do início da pandemia da covid-19.
Com informações: Alexandra Marques (ASCOM Fhemig)