A halitose, nome científico para o mau hálito, é um problema que acomete de 30% a 32% da população em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a Associação Brasileira de Halitose (Abha) estima que 69 milhões de pessoas sofram da condição, que pode ser resolvida. É por isso que a Abha faz da data de 22 de setembro o Dia Nacional de Combate ao Mau Hálito, com ações que vão até 25 de outubro, Dia Nacional do Cirurgião-Dentista.
Cirurgiã-dentista, especialista em periodontia, área da odontologia que trata dos tecidos que dão sustentação aos dentes, Julia Bello explica que a halitose não é uma doença, mas sim uma condição que pode ser uma manifestação de doenças na boca ou em outras partes do corpo.
“Qualquer pessoa pode apresentar mau hálito em determinada situação, como, por exemplo, ao acordar ou ao consumir bebida alcoólica. O alerta é ligado quando acontece de forma recorrente, ao longo do dia ou durante vários dias e semanas”, explica. Por ser uma consequência que se manifesta a partir de alguma questão de saúde, a halitose não tem um tratamento específico. Especialistas afirmam que é preciso analisar cada paciente individualmente.
“Mais de 90% das causas do mau hálito são de origem bucal, sendo a presença do biofilme lingual, camada branca ou amarelada que fica sobre nossa língua, a principal causa”, afirma Flávia Menezes, cirurgiã-dentista especialista em odontogeriatria e halitose e vice-presidente da Câmara Técnica de Halitose do Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais.
Causa no sistema digestivo
Apesar de mais de 90% dos casos de halitose terem origem na boca, os outros 10% também necessitam de atenção. Nesse percentual estão incluídos mau hálito por sinusite crônica, estresse e ansiedade e até mesmo alguma alteração no sistema digestivo.
Fadiga Olfatória
Especialista em periodontia, a dentista Julia Bello alerta para um fenômeno chamado “fadiga olfatória”, que é quando o olfato se acostuma com determinado cheiro.
“Muitas pessoas acabam não percebendo que possuem mal hálito justamente por isso, de já estarem habituadas com o odor. Então, é importante ter alguém de confiança para perguntar e confirmar se está ou não com mau hálito”, afirma a especialista.
Fonte: O Tempo