Os crimes virtuais no Brasil totalizaram R$ 71,4 bilhões de prejuízo em 1 ano. O impacto total de delitos sobre o patrimônio de brasileiros foi de R$ 186,2 bilhões. Os golpes via Pix e boleto foram as modalidades que mais causaram danos aos brasileiros: em um ano, eles somaram R$ 25,5 bilhões em perdas.
A pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, questionou os entrevistados sobre os crimes digitais dos quais foram vítimas e os danos financeiros causados. O prejuízo foi estimado com base no valor médio das perdas e no tamanho da população. Ao todo, 2.508 pessoas com mais de 16 anos foram entrevistadas em todas as regiões do Brasil, entre os dias 11 e 17 de junho de 2024 e teve como referência um ano de análises (desde junho de 2023).
As estimativas levam a um número de crimes maior do que se vê nos dados oficiais. Mas a pesquisa Datafolha também mostra um alto índice de subnotificação dos crimes cibernéticos e até dos roubos e furtos de celular. Apenas 30% dos entrevistados que admitiram ter sido vítimas de golpes que envolvem Pix ou boletos falsos dizem que registraram ocorrência em delegacias, e 55% daqueles que tiveram o aparelho celular subtraído afirmam que fizeram BO, por exemplo.
Veja as modalidades de golpes e como se proteger de cada um:
Sites e mensagens falsas
Os golpes de engenharia social, que partem de uma mensagem falsa para manipular a vítima, são a modalidade de crime patrimonial mais frequente na internet. Só no primeiro trimestre de 2024, a rede internacional APWG (Anti-Phishing Working Group) detectou quase 1 milhão de casos, que respondiam por 20% das fraudes registradas no período.
Golpe do amor
O conhecido golpe do Tinder usa perfis falsos para atrair vítimas para sequestros-relâmpagos ou pedir transferências sob justificativas diversas. Parte das contas falsas usa fotos furtadas de terceiros, e outra, imagens geradas por inteligência artificial. A plataforma Social Catfish, especializada em reconhecer golpes que partem da paquera, recomenda que as pessoas façam buscas reversas para ver se há mais imagens da suposta pessoa na internet. Também é possível buscar por nome, telefone, email ou endereço.
Investimento falso
Outro golpe comum nas redes sociais é o roubo de contas para divulgar falsos investimentos com retornos financeiros incríveis, tendo como base a credibilidade da pessoa cujo perfil fora tomado. Para evitar cair nesses golpes, as pessoas, além de desconfiar de ofertas boas demais para ser verdade, precisam se atentar também a quem se fala. Buscar entender se o comportamento do interlocutor é coerente ou, caso o golpista se passe por representante de uma instituição, se o canal é oficial.