A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta terça-feira (7/10), a segunda fase da operação Valete, com apoio da Polícia Militar (PMMG). O objetivo da ação é desarticular um grupo envolvido com o tráfico de drogas em Patos de Minas e cidades na região do Alto Paranaíba. Ao todo, 33 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e quatro homens presos.
A operação é resultado de investigações conduzidas pela Delegacia Regional em Patos de Minas desde junho deste ano. Os mandados judiciais — sendo 31 cumpridos na cidade e dois em Uberlândia e Patrocínio —, são direcionados a alvos identificados como clientes da organização criminosa desmantelada durante a primeira fase da ofensiva, deflagrada em 11 de setembro deste ano.
Durante a ação desta terça-feira (07), quatro homens, com idades entre 28 e 47 anos, foram presos em flagrante por tráfico de drogas. Também foram apreendidos cerca de cinco quilos de entorpecentes, R$ 4.650, além de outros materiais relacionados ao narcotráfico.
Rede criminosa
Enquanto a etapa inicial teve como foco o fornecimento de drogas em larga escala, a Valete – Fase II concentra esforços na repressão aos traficantes da ponta, intermediários e distribuidores locais que mantêm contato direto com usuários e microtraficantes, garantindo a continuidade da rede criminosa.
Conforme as investigações, o grupo desarticulado em setembro era responsável por repassar drogas provenientes de Uberlândia e Patrocínio a outros traficantes. Nesta nova etapa, o foco da PCMG foi essa clientela intermediária, que mantinha ativo o comércio ilícito na região.
“O combate ao tráfico precisa ser feito de forma sistêmica e estruturada, atingindo todas as camadas da cadeia criminosa. Não basta retirar o fornecedor de circulação; é fundamental neutralizar também aqueles que mantêm viva a rede de distribuição. A ponta do tráfico é o elo que alimenta o consumo, a violência e a desordem social nas comunidades”, destacou o delegado responsável pela investigação, Érico Rodovalho.
A operação mobilizou 60 policiais civis, com o apoio das coordenações Aerotática (CAT) e de Operações com Cães (COC) da Polícia Civil, além de equipes de delegacias em Uberlândia. A ação também contou com o reforço de 55 policiais militares.
Valete – Fase I
Na primeira fase da operação, as forças policiais já haviam apreendido R$ 14.356, seis balanças de precisão, mais de 11 quilos de pasta base de cocaína, 15,4 quilos de crack, 4,8 quilos de maconha, três quilos da variedade “Colômbia Gold” e 961 gramas de ácido bórico, além da prisão em flagrante de outras quatro pessoas.
O nome “Valete” faz referência à carta do baralho que simboliza o escudeiro ou assistente leal de uma figura de maior autoridade, como o Rei. No contexto da investigação, o principal suspeito atuava como braço direito de um traficante de maior escalão, residente em Patrocínio — desempenhando papel estratégico de executor e protetor do líder. A denominação traduz simbolicamente sua posição intermediária, porém decisiva, na hierarquia criminosa.
