Os brasileiros destinaram até R$ 30 bilhões por mês para apostas no Brasil entre janeiro e março de 2025, afirmou o secretário-executivo do Banco Central, Rogério Lucca, na CPI das Bets, no Senado.
A estimativa, segundo ele, foi feita com dados mais concretos desde a regulamentação do setor, que entrou em vigor em 1º de janeiro, e ratifica a análise preliminar feita pelo BC no ano passado.
“Durante esse ano, de janeiro a março, esse valor que a gente acompanha de atividade gira em torno de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões por mês”, afirmou.
Ele também disse que o BC subestimou, no estudo preliminar, o montante pago em prêmios. A nota dizia que aproximadamente 85% dos recursos eram distribuídos aos ganhadores. Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda tem observado um retorno na casa de 93% a 94%.
Segundo o chefe da autarquia, a atuação do BC se restringe aos procedimentos das instituições financeiras referentes à prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao terrorismo.
As apostas online foram liberadas no Brasil no final do governo Michel Temer (MDB), mas não foram regulamentadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). O mercado das bets então cresceu no país em um limbo legal: sem arrecadação para a União, com empresas em paraísos fiscais e sem fiscalização ou mecanismos de segurança.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reeditou um projeto para regulamentar as apostas online, que foi aprovado pelo Congresso Nacional com o acréscimo de um dispositivo autorizando também os “jogos online” – como cassinos virtuais ou o tigrinho.
A nova legislação passou a funcionar plenamente em 1º de janeiro deste ano e, desde então, apenas as empresas autorizadas pelo governo federal têm permissão para atuar como bet no Brasil.
Fonte: Estado de Minas