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Zagueiro de Patos de Minas que marcou Pelé durante jogo no Mineirão guarda com carinho bola que ganhou do rei do futebol

Em jogo pela seleção mineira, contra o Santos no ano de 1965, Zé Borges marcou Pelé sem cometer nenhuma falta

A notícia da morte do mineiro de Três Corações, Edson Arantes do Nascimento, que ficou mundialmente conhecido como Pelé, comoveu o Brasil. Para os amantes do esporte, o rei do futebol, deixa um legado enorme dentro e fora de campo.

Natural de Lagoa Formosa e com raízes firmadas em Patos de Minas, o ex-atleta de futebol, José Borges de Sousa, conhecido popularmente como Zé Borges, guarda uma lembrança especial do eterno Rei Pelé.

Foi no ano de 1965 em um jogo emblemático que celebrava a inauguração dos refletores do Mineirão, que o zagueiro de Patos de Minas que atuava na oportunidade pela seleção mineira, contra o Santos, marcou Pelé sem cometer nenhuma falta, mas também não deixando que o rei do futebol marcasse na partida. 

“Quando terminou o jogo, o Pelé dominou a bola no peito e eu cheguei um pouco atrasado né, mas o juiz terminou o jogo, e ele pegou a bola e me deu de presente. Lembro direitinho, ele falou assim garoto você jogou muito bem, me marcou bem, não me deu botinada nem nada, então leva essa bola de presente,” relembrou Zé Borges.

Zé Borges ainda lembra que pegou o presente e desceu para o vestiário mas que os administradores do Mineirão na época até tentaram pegar a bola de volta, mas ele foi relutante e guarda o presente com enorme carinho até hoje.

Confira a entrevista na íntegra:

Entrevista: Edvar Santos

O Atleta Zé Borges

Zé Borges foi desses zagueiros clássicos, que parava o adversário na categoria e, na maioria das vezes sem utilizar do expediente da falta. Conhecia como ninguém os atalhos para disputar uma jogada.

O zagueiro apareceu para o futebol na URT, na década de 60, depois de uma passagem pelo infantil do saudoso Pepedro no extinto Tupi Esporte Clube. Da equipe celeste foi negociado com o Renascença em 1963, clube que disputou o Campeonato Mineiro entre 1959 a 1966. Jogava no Estádio dos Eucaliptos da Fábrica de Tecidos do Renascença. Lá teve a oportunidade de atuar no mesmo time que tinha outro que se tornaria um astro do futebol, Wilson Piazza.

De Belo-Horizonte, o habilidoso zagueiro foi negociado com o Valeriodoce de Itabira, sagrando-se campeão mineiro da segunda divisão. Deixou seu nome gravado na terra do poeta Drummond. O seu próximo destino foi o Uberlândia em 1971 e, pela mesma forma, mostrou toda a sua ciência futebolística.

José Borges de Souza mais conhecido na família como “Cascudinho”, vestiu a camisa do Villa Nova por um curto espaço de tempo, sagrou-se campeão brasileiro da segunda divisão e entrou para a galeria dos destaques do Leão do Bonfim, sendo incluído na enciclopédia do jornalista Wagner Augusto Álvares de Freitas. Depois disso, ele retornou ao Uberlândia, pendurando as chuteiras na União Recreativa dos Trabalhadores, a URT.

Zé Borges continuou no mundo da bola, como supervisor, no Uberlândia, Valeriodoce, Ipiranga de Manhuaçu e América Mineiro. Aposentou-se em 2001, disposto a não mais trabalhar no futebol.

No entanto em 2009, aceitou convite para participar da montagem do time do Mamoré, que estava retornando as atividades, depois da mudança do Waldomiro Pereira para o Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz e faturou de forma invicta no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão.

Com informações: Adamar Gomes – AG Esporte


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